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Tag Archives: Graham Greene

“Não tinham termo de comparação, e concluíram que se tratava de uma característica de sua classe, assim como um viajante, ao desembarcar em um porto estrangeiro para almoçar, vê representado de modo definitivo o caráter nacional no astucioso comerciante com quem por acaso divide a mesa.” (p. 49)

“Um artista não pinta seu quadro em poucas horas, mas em todos os anos de experiência que antecedem o ato de pegar os pincéis, e acontece o mesmo em relação ao fracasso.” (p. 64)

“Agora que ele estava ali e ela também, descobriu que não tinha palavras para se explicar: ficou parado como uma página escrita esperando ser lida.
– Deseja uma refeição? – perguntou ela. Havia lido a página toda, como tantas mulheres fazem num simples relance, mesmo as notas de rodapé de página de seus magros sapatos.” (p. 74)

“- O que é que isso queria dizer, então?
– Simplesmente nada – disse Charlot, e começou a cortar um pedaço de queijo em pequenos quadradinhos. – Geralmente é assim. Achamos que quer dizer alguma coisa, mas depois descobrimos que não… simplesmente não queria dizer nada. Acordamos com uma dor no peito e depois pensamos que é amor… Mas nem sempre os fatos conferem…” (p. 79)

“Se um homem ama suficientemente um lugar, não tem necessidade de possuí-lo: basta-lhe saber que o lugar está a salvo e inalterado – ou alterado apenas de um modo natural pelo tempo e pelas circunstâncias.” (p. 82)

“[…] nada era mais íntimo do que o silêncio, e ele tinha a sensação de que, caso permanecessem quietos por tempo suficiente, tudo se arranjaria entre eles.” (p. 95)

O décimo homem / Graham Greene. — Rio de Janeiro : Record, 1985. — 148 p.