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“Uma insolubilidade nao é um problema.” p. 34

“Se se recusasse a saber, não haveria nada para saber.” p. 75

“Mas prefiro não gostar que me diga que não faça isso ou aquilo do que não o ter perto de mim, ralhando comigo.” p. 77

” “Pensa demais” — dissera um Duro, quando Odeen discutiu o problema com ele, o que o deixou insatisfeito. De que maneira o pensar poderia ser “demais”?” p. 81

“Tritt ouvia placidamente, nada compreendendo evidentemente, porém contente por estar ouvindo. Enquanto Odeen, embora nada transmitindo, se sentia evidentemente tão contente por estar ensinando.” p. 81

“Quero saber a verdade a respeito das cavernas e esse desejo cresceu até que a minha curiosidade superou o meu medo.” p. 102

“Odeen se deleitava em vê-la tão interessada no trabalho dele, amava-a por ser tão séria e espantosamente capaz de compreensão, porém, se tratava de um amor intelectual. O sentimento mais profundo se dirigia ao insosso e estúpido Tritt, que conhecia seu lugar tão corretamente e que pouco podia oferecer mais do que exatamente o que contava: a segurança de uma rotina invariável.” p. 125

“Provei-a. Era deliciosa. Como poderia uma coisa tão saborosa fazer mal?” p. 141 (grifo do autor)

“Jamais procurava atrair quem quer que seja e por isso mesmo despertava maior atração.” p. 146

“Não procuro convertê-lo à minha opinião. Não se derrota uma opinião com um ataque frontal.” p. 223

“O meio mais fácil de solucionar um problema é negar sua existência.” p. 223

“Não é possível meter a galinha de volta no ovo, reverter o vinho à uva, reintroduzir o menino no ventre da mãe. Se quiser que a criança lhe obedeça, não tente lhe explicar o que deve fazer, mas lhe ofereça algo de que goste muito.” p. 224

“- Não sei que resposta lhe agradaria mais.
– Tente responder com a verdade.” p. 246

“Em todo caso, não há finais felizes na história, apenas crises superadas.” p. 271

O Despertar dos Deuses / Isaac Asimov ; tradução de Edith de Carvalho Negraes — São Paulo : Hemus, 1972.

“No verão é quente pra burro. Uma coisa é ser uma dessas formas de vida que florescem no calor e achar, como os frastanos, que uma temperatura entre 40.000 e 40.004 graus é muito agradável. Outra coisa completamente diferente é ser um animal que precisa se enrolar nas peles de diversos outros animais quando seu planeta está em um ponto da órbita para descobrir, meia órbita mais à frente, que sua própria pele está fervendo.” (p. 11)

“Executou rapidamente uma pesquisa de erros nos fragmentos de código que ele mesmo instalara e descobriu que não estavam mais lá. Xingando, procurou por eles em toda parte, mas não havia sequer vestígios deles.
Estava prestes a instalar tudo de novo quando percebeu que o motivo pelo qual não conseguia encontrá-los é que já estavam funcionando.” (p. 68)

“— Você veio atrás de um conselho, mas não consegue lidar com nada que não conheça. Humm. Então temos que dizer algo que você já esteja cansado de saber, fazendo com que pareça uma novidade, né?” (p. 82)

“— Você não pode ver o que eu vejo porque vê o que você vê. Não pode saber o que eu sei porque sabe o que você sabe. O que vejo e o que sei não podem ser acrescentados ao que você vê e ao que você sabe porque são coisas diferentes. Também não podem substituir o que você vê e o que sabe porque isso seria substituir você mesmo.” (p. 82)

“([ … ] A inscrição era a seguinte:
“A maior diferença entre uma coisa que pode pifar e uma coisa que não pode pifar de jeito nenhum é que, quando uma coisa que não pode pifar de jeito nenhum pifa, normalmente é impossível consertá-la”.)” (p. 101)

“— Não há nada ali que não estivesse ali antes. Só estou usando a luz para chamar a sua atenção para determinados pingos, em determinados momentos. E, agora, o que está vendo?
A luz se apagou.
— Nada.
— Continuo fazendo a mesma coisa, só que com luz ultravioleta, que você não consegue ver.
— E de que adianta me mostrar uma coisa que eu não consigo ver?
— Para que você entenda que só porque consegue ver uma coisa não quer dizer que esteja lá. E que, se você não vê uma coisa, não significa que ela não esteja. Tudo se resume ao que seus sentidos fazem com que você note.” (p. 145)

“O Velho Thrashbarg disse, tempos atrás, que, algumas vezes, se você obtém uma resposta é possível que a pergunta seja suprimida.” (p. 164)

Praticamente inofensiva / Douglas Adams; tradução de Marcia Heloisa Amarante Gonçalves. — Rio de Janeiro : Sextante, 2006. — 206 p. — (O Mochileiro das Galáxias; v. 5).

“Por um segundo, o motorista sentiu-se bem com aquilo. Um ou dois segundos depois, sentiu-se mal por ter se sentido bem. Então sentiu-se bem por ter se sentido mal por ter se sentido bem e, satisfeito, prosseguiu noite adentro.” (p. 15)

Até mais, e obrigado pelos peixes! / Douglas Adams; tradução de Marcia Heloisa Amarante Gonçalves. — Rio de Janeiro : Sextante, 2009. — 203 p. — (O Mochileiro das Galáxias; v. 4).

“A Campanha pelo Tempo Real proclama que, assim como a facilidade em viajar arruinou as diferenças entre os diferentes mundos, também as viagens no tempo estavam agora arruinando as diferenças entre uma época e as outras.
— O passado — dizem eles — é agora exatamente como um país estrangeiro. Todos fazem as mesmas coisas do mesmo jeito.” (p. 113)

A vida, o universo e tudo mais / Douglas Adams; tradução de Carlos Irineu da Costa. — Rio de Janeiro : Sextante, 2009. — 221 p. — (O Mochileiro das Galáxias; v. 3).

“Quando você tiver trabalhado com marketing durante tanto tempo quanto eu, vai saber que antes que um novo produto possa ser desenvolvido ele tem que ser devidamente pesquisado. Precisamos descobrir o que as pessoas esperam do fogo, como se relacionam com ele, que tipo de imagem ele tem para elas.” (p. 210)

O restaurante no fim do universo / Douglas Adams; tradução de Carlos Irineu da Costa. — Rio de Janeiro : Sextante, 2009. — 229 p. — (O Mochileiro das Galáxias; v. 2).

“Volta e meia aconteciam essas situações absurdas. Um dia, por exemplo, eu tinha que ir ao dentista, mas a aula terminou mais tarde que o previsto. De repente, ouvi uma voz num alto-falante:

– “Senhora de casaco azul! Não corra!!”
– “Senhora de casaco azul!!! Pare de correr!!”
– “Ei, casaco azul! Pára de correr!”

– Porque está correndo?
– Estou muito atrasada! Estava correndo para tomar o ônibus.
– Sim… mas.. quando a senhora corre, seu traseiro faz movimentos… como dizer… …impudicos!
– ENTÃO É SÓ VOCÊS NÃO FICAREM OLHANDO PARA A MINHA BUNDA.”

(Dentro do capítulo “As meias”)

Persépolis / Marjane Satrapi; tradução Paulo Werneck. — São Paulo : Companhia das Letras, 2007.

“Andávamos sem nos procurar, mas sabendo sempre que andávamos para nos encontrar.” (p. 19)

O jogo da amarelinha / Julio Cortázar ; tradução de Fernando de Castro Ferro. — São Paulo : Abril Cultural, 1985. — v. 1, 291 p. — (Grandes romancistas). — Título original: Rayuela.

“Mostrava uma curiosidade intensa e insaciável a respeito de meu passado. Queria que eu ressuscitasse todos os meus antigos amores apenas para obrigar-me a insultá-los, pisoteá-los, abjurá-los numa apostasia total e definitiva, destruindo assim meu passado. [ . . . ] também tive de inventar, ou enfeitar com mentiras atrozes, uma longa série de romances para satisfazer a curiosidade mórbida de Charlotte.” (p. 81-82)

“Temos todos esses sinais fatídicos — para alguém, uma paisagem que se repete, para outrem, determinado número –, cuidadosamente escolhidos pelos deuses a fim de atrair eventos de especial importância para cada um de nós; aqui fulano sempre tropeçará; ali fulana sempre terá o coração partido.” (p. 214)

Lolita / Vladimir Vladimirovich Nabokov ; tradução de Jorio Dauster — Rio de Janeiro : O Globo ; São Paulo : Folha de S. Paulo, 2003. (Biblioteca Folha de S. Paulo ; 1)

“[…] tão vitorioso que meu passo era uma folha vadia, dançando na brisa da tardezinha” (p. 81)

Sargento Garcia / Caio Fernando Abreu. — p. 76-92.
In Morangos mofados : contos / Caio Fernando Abreu. — 9. ed. — São Paulo : Companhia das Letras, 1995.

“Pensando melhor, continuavam sem saber, fazia muitos anos, se a realidade seria mesmo meio mágica ou apenas levemente paranóica, dependendo da disposição de cada um para escarafunchar a ferida.” (p. 45)

“Isso o remetia a outras feridas mais antigas, nem mais nem menos dolorosas, porque a memória da dor da feridantiga amenizou-se, compreende? Menos pela cicatriz deixada, uma feridantiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva.” (p. 45-46)

“[…] mesmo olhando-se vezenquando nos olhos há anos empapuçados de álcool e drogas, não se atreviam a verbalizar morcegos. Ou não é que não se atrevessem: os morcegos talvez fossem incomunicáveis, pois em não sendo verbalizados, e portanto compartilhados, cada um suspeitava que fossem estritamente pessoais & intransferíveis, compreende? O que quero finalmente dizer é que não verbalizando os morcegos, os morcegos não existiam, passando a ser o que não era: uma metáfora de si mesmos. (p. 47-48 )

Os companheiros : uma história embaçada / Caio Fernando Abreu. — p. 42-49.
In Morangos mofados : contos / Caio Fernando Abreu. — 9. ed. — São Paulo : Companhia das Letras, 1995.